quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

11,4 milhões vivem em favelas no País 22.12.2011 imprimir email Clique para Ampliar MARCELO HORN/GOVERNO RJ A Rocinha é o maior aglomerado urbano subnormal do Brasil, com quase 70 mil habitantes, segundo o Censo de 2010 A situação mais grave ocorre na região de Belém, onde 54% da população vivem em condições precárias Rio de Janeiro. Dados do Censo 2010 revelam que 11,4 milhões de brasileiros, o equivalente à população da Grécia, vivem em áreas ocupadas irregularmente e com carência de serviços públicos ou urbanização, como favelas, palafitas, grotas e vilas. Isso representa 6% dos habitantes do País. É o retrato mais preciso já feito dessas áreas, e mostra que o problema é concentrado nas regiões metropolitanas, mas espalhado por todos os Estados. Dez favelas têm população maior que 40 mil, superior a 86% dos municípios brasileiros. Em 2000, o IBGE identificou 6,5 milhões de pessoas, ou 4% do total, em "aglomerados subnormais", denominação usada pelo instituto. Em 2010, foram localizadas 6.329 favelas em 323 municípios. Ficam de fora do levantamento áreas precárias, mas regularizadas, ou irregulares, mas sem precariedade. A pesquisa revelou também que o quadro mais grave de moradia está na região metropolitana de Belém (PA), onde 54% da população vive em favelas e similares. No caso de serviços básicos, o que mais diferencia as favelas das áreas de ocupação regular das cidades é a proporção de casas com coleta adequada de rede de esgoto. Para a relatora especial da ONU para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik, novos assentamentos precários irão surgir no País nos próximos anos. Ela aponta como motivos a elevação dos preços dos terrenos e as remoções mal conduzidas para a realização de obras, como as da Copa de 2014. Em 18% dos domicílios dessas áreas, a renda per capita era inferior a R$ 128. É uma taxa superior à do restante das cidades (9%), mas menor do que a de domicílios rurais (28%). Maior população O Rio de Janeiro é a cidade com a maior população vivendo em aglomerados subnormais do País, segundo o Censo. São 1.393.314 pessoas nas 763 favelas do Rio, ou seja, 22,03% dos 6.323.037 moradores do Rio. A cidade fica à frente inclusive de São Paulo, cuja população nas favelas e loteamentos irregulares é de 1.280.400, embora a capital paulista tenha mais aglomerados subnormais do que a fluminense, 1.020 ao todo. Também fica no Rio a maior favela do País, a Rocinha, com 69.161 moradores em 2010. De acordo com a pesquisa, a falta de uma solução adequada para a coleta de esgoto é o principal problema de saneamento nas favelas. Apenas 67,3% dos domicílios eram ligados à rede coletora de esgoto ou dispunham de fossa séptica. DESIGUALDADE 1,3 milhão de pessoas vivem nas 763 favelas do Rio, ou seja, 22,03% dos 6.323.037 moradores do Estado. Em São Paulo, a população nas comunidades chega a 1,2 milhão Maior incidência de analfabetismo Rio de Janeiro A taxa de analfabetismo entre as pessoas com 15 anos ou mais que vivem em favelas é 8,4%, o dobro da relativa às áreas urbanas regulares de municípios que concentram essas comunidades. O estudo revela que a situação mais grave é encontrada em Alagoas, onde 26,7% das pessoas que moram em assentamentos irregulares são analfabetas. Em seguida, aparecem a Paraíba (21,3%) e o Rio Grande do Norte (16,3%). A taxa de analfabetismo no Brasil é 9,6%. Ainda de acordo com o levantamento, mais da metade dos moradores de aglomerados subnormais (55,5%) são pessoas pardas, seguidas de brancas (30,6%) e de pretas (12,9%). A maior parte da população (34%) dessas comunidades tem rendimento mensal na faixa que vai de mais de meio salário mínimo até um salário mínimo. Apenas 4,6% ganham mais de dois salários mínimos. Entre a população que vive nas áreas urbanas regulares em municípios com ocorrência de favelas, 26% têm rendimentos que vão de mais de meio salário mínimo até um salário mínimo e 27,1% ganham mais do que dois salários mínimos. O levantamento aponta também que a população das favelas é, em média, mais jovem do que a de áreas de ocupação regular nas cidades com comunidades carentes. Enquanto nos aglomerados subnormais a idade média dos moradores é 27,9, nessas outras regiões urbanas é 32,7.

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