sábado, 24 de março de 2012

Tuberculose

População ainda sofre com a doença

24.03.2012
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Hoje, dia dedicado ao combate à tuberculose, o Ceará conta com oito cidades monitoradas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) devido aos altos índices da ocorrência da doença. Os municípios apresentam, ainda, um baixo número de cura e alto percentual de abandono de tratamento. Segundo dados da Sesa, em 2011, o Ceará apresentou 2.884 casos da patologia. Já em 2010 esse número chegou a 3.628. Os índices deste ano relacionados à doença ainda não foram contabilizados pelo órgão.

As cidades monitoradas são Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Maranguape, Itapipoca, Sobral, Crato e Juazeiro do Norte.

A coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Sesa, Sheila Santiago, informa que os registros da doença apresentou um leve declínio. No entanto, não há motivos para comemorar. "Isso quer dizer que temos uma incidência de casos considerada alta, enquanto, no Brasil inteiro, a incidência é considerada média", analisa.

O maior problema enfrentado pelos portadores da doença, segundo a coordenadora, é o preconceito. "As pessoas ainda têm muito medo de saber que estão com tuberculose. Por mais antiga que essa doença seja, ela é não é do passado. Tanto que o número de casos ainda é alto", afirma Sheila Santiago.

Atualmente, de acordo com a coordenadora da área de Pneumologia do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, Tânia Brígido, existem 120 pessoas fazendo o tratamento de tuberculose multi-resistente. A médica explica que, como o hospital acompanha os pacientes por muito tempo, não pode fornecer números de acordo com o ano, pois uma mesma pessoa pode entrar nas estatísticas mais de uma vez.

Diagnóstico

Sheila Santiago afirma que outro grande problema com relação à tuberculose é a busca tardia por diagnóstico. "As pessoas deixam para se tratar quando a doença já está em estado avançado. Se uma tosse persistir, a orientação é de que se procure a unidade hospitalar para se fazer o teste", informa.

Com relação ao diagnóstico, Tânia Brígido informa que o Hospital de Messejana está participando de uma pesquisa internacional coordenada pela Rede Brasileira em Pesquisas em Tuberculose, que está analisando uma forma mais rápida para se chegar ao resultado do exame.

"O Ceará foi um dos poucos Estados escolhidos para participar por ter um número significativo de casos de tuberculose".

Tânia explica que, com o teste utilizado atualmente, o resultado demora até 90 dias, metade do tempo de um tratamento, realizado em 180 dias. "Já com o exame que será testado, o Gmexpert, o resultado pode sair em, pelo menos, 2h30 e serão experimentados a partir de julho", diz.

A proposta da pesquisa é verificar o custo e a efetividade dos testes moleculares rápidos em pacientes com suspeita de tuberculose resistente.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Chico Anysio morre aos 80 anos

Diário do Nordeste Online | 15h03m | 23.03.2012

Atualizado às 17h55min

Chico Anysio e sua esposa, Malga Di Paula
Diário do Nordeste Online
Morreu, às 14h52min desta sexta-feira (23), aos 80 anos, o humorista e ator Chico Anysio. O cearense estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Ele não resistiu a uma parada cardiorrespiratória e faleceu por conta de falência múltipla dos órgãos, decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar.
No dia 22 de dezembro de 2011, o paciente deu entrada no Hospital Samaritano com um quadro de hemorragia digestiva. Após alguns dias internado no CTI da unidade, Francisco Anysio Paula Filho apresentou, também, um quadro de pneumonia e passou a respirar com a ajuda de aparelhos durante quase todo o período que esteve internado.

> Chico: de Maranguape para o mundo
> Governo do Estado declara luto de três dias
> Para Cid Gomes, Chico fez do Ceará um celeiro de grandes humoristas
> Vencedor do Clássico-Rei receberá o Troféu Chico Anysio 
Internado há três meses com problemas cardiorrespiratórios, Chico respirava nos últimos dias somente com a ajuda de aparelhos. O humorista passou por uma sessão de hemodiálise na última quarta-feira (21) e estava sendo medicado para controlar sua pressão arterial.
O velório do comediante será aberto ao público e acontecerá no Theatro Municipal, centro do Rio, neste sábado (24), a partir do meio-dia. O corpo de Chico será cremado no domingo (25), no cemitério do Caju, também no Rio.

A última internação de Chico aconteceu no dia 22 de dezembro, por conta de um sangramento. Apesar do problema ter sido controlado, o ator apresentou uma infecção pulmonar, e após ser submetido a uma laparotomia exploradora, teve um segmento de seu intestino delgado retirado. Desde então, o artista passou por diversas complicações.

O início de uma luta quase incessante do humorista ocorreu em maio de 2009, aos 78 anos, quando foi diagnosticado com uma séria doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), chamada enfisema pulmonar, adquirido após décadas de fumo compulsivo. 

Francisco Anysio Paula Filho faria 81 anos no dia 12 de abril.

65 anos de carreira
Chico Anysio interpretou cerca de 200 personagens na televisão, e estima-se que seja o comediante a ter interpretado mais papéis no País. Dentre os mais conhecidos estão o Professor Raimundo, o galã Alberto Roberto, a fofoqueira Salomé, o vampiro Bento Carneiro e muitos outros.

Chico começou sua vida como humorista profissional no rádio, paralelamente à sua atividade de radialista. Sua maneira peculiar de imitar vozes foi descoberto na Rádio Guanabara, em 1949. Depois de passar por diversas emissoras, se estabeleceu na Rede Globo em 1969.

O cearense passou 38 anos fazendo sucesso entre crianças e adultos com o quadro "Escolinha do Professor Raimundo" no ar, e nesse período o Professor lançou alunos memoráveis, como Zilda Cardoso, Mussum, Tom Cavalcante, Mauro Gonçalves (o Zacarias), Heloísa Perrisé, Ingrid Guimarães, Claudinha Rodrigues e Pedro Bismark.

Em 2008 o humorista declarou à revista "Rolling Stone", que em 2012, quando estivesse com 81 anos, gostaria de fazer uma peça por ano - algo que o Roberto Bolaños (comediante que interpreta Chaves e Chapolim) faz no México. "Todo ano ele apresenta uma peça, em curta temporada, e aquilo é uma coisa que as pessoas esperam. Ele só faz isso, é rápido e tem público", declarou Chico.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Legislativo quer explicações sobre comércio de jumentos

22.03.2012
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Jumentos recolhidos em estradas são levados para Santa Quitéria
FOTO: WILSON GOMES
Acordo para a venda de jumentos do NE para a China está sendo questionado por parlamentares Fortaleza. Um acordo celebrado há cerca de um mês entre os governos brasileiro e chinês, liberando a exportação de jumentos para a China, está sendo objeto de questionamento pelo Congresso Nacional. Por iniciativa do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB/SP), foi pedida explicações ao Ministério do Exterior, sobre o tratado, que visa ao abate e ao aproveitamento do animal em experiência de laboratório para fins de cosméticos. Pelo acordo, serão vendidos 300 mil jumentos por ano. Em ofício enviado ao ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, o parlamentar paulista manifestou repúdio e descontentamento acerca do acordo firmado. O ato tem recebido apoio de outros congressistas, inclusive da base aliada do Governo Federal, como o deputado Chico Lopes (PCdoB/CE), que também manifestou repúdio pela exportação para comercialização da carne e experimentos de vivissecção (que é experiência com animais em prol da pesquisa científica). Na avaliação de Tripoli, conforme sua assessoria, a repulsa não se restringe às questões de ordem cultural ou econômica, mas esbarra em entraves técnicos e éticos, além de ser "descabida" a justificativa de superpopulação, o que demandaria ações eficazes de gerenciamento de saúde pública local. Essa iniciativa foi comemorada pela presidente da União Internacional de Proteção Animal (Uipa/CE), Geuza Leitão, que disse ser contrária a esse acordo desde seu anúncio, porque vê questões culturais e jurídicas. Segundo Geuza, a própria Constituição Federal, através do artigo 225, no parágrafo primeiro e item 7º, que trata da fauna, proíbe práticas que provoquem a extinção da espécie ou que submetam aos animais à crueldade. "Os animais, pela Lei, são tutelados pelo Estado. Desse modo, não podem ser vendidos e não se pode lucrar", afirma Geuza. Luta A presidente da Uipa/CE diz que é antiga a luta da entidade por uma maior sensibilidade com o jumento, que ao longo do tempo é tido como o problema pelo poder público e deixou de ser relevante no meio rural, como animal de carga ou transporte. Com isso, grande quantidade desses animais são abandonados pelas estradas e nos seus entornos, nas regiões do interior, padecendo de doenças e causando acidentes de trânsito nas rodovias nordestinas. Abandonados, acorrem para as pistas, sendo atingidos pelos veículos. Sem consulta "Tratou-se de uma medida autoritária, haja vista que não houve nenhuma consulta à sociedade e é mais uma forma de se dar um fim a qualquer preço, quando podemos pensar numa saída mais justa", afirma Geuza. Lembra que uma das primeiras alternativas pensadas para eliminar os jumentos do cenário rural cearense foi a construção de um moderno matadouro em Santa Quitéria. A ideia seria transformar a carne do animal em produtos industrializados como mortadelas, salsichas e carne "in natura" para exportação. Esse investimento foi por posto por terra, graças aos ambientalistas e à sociedade protetora dos animais que conseguiu sensibilizar os prováveis países compradores, como Bélgica e a Holanda, a não comprar esses produtos. Uma das explicações dissuasórias foi de que poderiam transmitir doenças. Atualmente, os animais são recolhidos pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE) e encaminhados para uma fazenda em Santa Quitéria. Para Geuza, o exemplo do Ceará poderia servir para todo os Estados nordestinos. De acordo com o gerente do Núcleo de Regionais, João Carlos Macedo, são recolhidos por ano um número em torno de 1000 a 1.200 animais nas rodovias estaduais, sendo que os jumentos representam mais de 90%. "Hoje, temos 13 caminhões que percorrem 90 mil km/mês. Esse é um trabalho que vem se intensificando e objetiva diminuir os acidentes de trânsitos, ocasionados por animais", afirma Macedo. Na fazenda em Santa Quitéria, os animais são assistidos por veterinários, sendo ministradas as vacinas adequadas para cada espécie. Macedo lembra que em 2009, houve 89 acidentes envolvendo animais com quatro óbitos. Em 2010, o número somou 119 com 9 mortes, e em 2011, 96 ocorrências com cinco óbitos. Os animais recolhidos são levados para currais de apoio, onde permanecem por 10 dias para que sejam resgatados pelos seus donos. Somente exaurido esse prazo é que se destinam para a fazenda de Santa Quitéria.
 

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Jumentos recolhidos em estradas são levados para Santa Quitéria
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Acordo para a venda de jumentos do NE para a China está sendo questionado por parlamentares Fortaleza. Um acordo celebrado há cerca de um mês entre os governos brasileiro e chinês, liberando a exportação de jumentos para a China, está sendo objeto de questionamento pelo Congresso Nacional. Por iniciativa do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB/SP), foi pedida explicações ao Ministério do Exterior, sobre o tratado, que visa ao abate e ao aproveitamento do animal em experiência de laboratório para fins de cosméticos. Pelo acordo, serão vendidos 300 mil jumentos por ano. Em ofício enviado ao ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, o parlamentar paulista manifestou repúdio e descontentamento acerca do acordo firmado. O ato tem recebido apoio de outros congressistas, inclusive da base aliada do Governo Federal, como o deputado Chico Lopes (PCdoB/CE), que também manifestou repúdio pela exportação para comercialização da carne e experimentos de vivissecção (que é experiência com animais em prol da pesquisa científica). Na avaliação de Tripoli, conforme sua assessoria, a repulsa não se restringe às questões de ordem cultural ou econômica, mas esbarra em entraves técnicos e éticos, além de ser "descabida" a justificativa de superpopulação, o que demandaria ações eficazes de gerenciamento de saúde pública local. Essa iniciativa foi comemorada pela presidente da União Internacional de Proteção Animal (Uipa/CE), Geuza Leitão, que disse ser contrária a esse acordo desde seu anúncio, porque vê questões culturais e jurídicas. Segundo Geuza, a própria Constituição Federal, através do artigo 225, no parágrafo primeiro e item 7º, que trata da fauna, proíbe práticas que provoquem a extinção da espécie ou que submetam aos animais à crueldade. "Os animais, pela Lei, são tutelados pelo Estado. Desse modo, não podem ser vendidos e não se pode lucrar", afirma Geuza. Luta A presidente da Uipa/CE diz que é antiga a luta da entidade por uma maior sensibilidade com o jumento, que ao longo do tempo é tido como o problema pelo poder público e deixou de ser relevante no meio rural, como animal de carga ou transporte. Com isso, grande quantidade desses animais são abandonados pelas estradas e nos seus entornos, nas regiões do interior, padecendo de doenças e causando acidentes de trânsito nas rodovias nordestinas. Abandonados, acorrem para as pistas, sendo atingidos pelos veículos. Sem consulta "Tratou-se de uma medida autoritária, haja vista que não houve nenhuma consulta à sociedade e é mais uma forma de se dar um fim a qualquer preço, quando podemos pensar numa saída mais justa", afirma Geuza. Lembra que uma das primeiras alternativas pensadas para eliminar os jumentos do cenário rural cearense foi a construção de um moderno matadouro em Santa Quitéria. A ideia seria transformar a carne do animal em produtos industrializados como mortadelas, salsichas e carne "in natura" para exportação. Esse investimento foi por posto por terra, graças aos ambientalistas e à sociedade protetora dos animais que conseguiu sensibilizar os prováveis países compradores, como Bélgica e a Holanda, a não comprar esses produtos. Uma das explicações dissuasórias foi de que poderiam transmitir doenças. Atualmente, os animais são recolhidos pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE) e encaminhados para uma fazenda em Santa Quitéria. Para Geuza, o exemplo do Ceará poderia servir para todo os Estados nordestinos. De acordo com o gerente do Núcleo de Regionais, João Carlos Macedo, são recolhidos por ano um número em torno de 1000 a 1.200 animais nas rodovias estaduais, sendo que os jumentos representam mais de 90%. "Hoje, temos 13 caminhões que percorrem 90 mil km/mês. Esse é um trabalho que vem se intensificando e objetiva diminuir os acidentes de trânsitos, ocasionados por animais", afirma Macedo. Na fazenda em Santa Quitéria, os animais são assistidos por veterinários, sendo ministradas as vacinas adequadas para cada espécie. Macedo lembra que em 2009, houve 89 acidentes envolvendo animais com quatro óbitos. Em 2010, o número somou 119 com 9 mortes, e em 2011, 96 ocorrências com cinco óbitos. Os animais recolhidos são levados para currais de apoio, onde permanecem por 10 dias para que sejam resgatados pelos seus donos. Somente exaurido esse prazo é que se destinam para a fazenda de Santa Quitéria.